No dia 18 de Março, o Primeiro Ministro Boris Johnson fez um pronunciamento afirmando que a vacina Oxford-AstraZeneca é sim confiável e que os casos de coágulos sanguíneos foram analisados e não foram encontradas evidências de que estejam relacionados com a vacina.
Johnson disse: “A vacina AstraZeneca é segura. O que não é seguro, é pegar Covid, por isso é tão importante que todos recebamos nossas vacinas assim que chegar nossa vez”.
No dia seguinte ao seu pronunciamento, o próprio Ministro recebeu a sua primeira dose da AstraZeneca.
Porém, o professor Chris Whitty, diretor médico da Inglaterra, disse que houve um pequeno número de pessoas que não compareceram às consultas para vacinas, logo após a controvérsia sobre a injeção da AstraZeneca na Europa. Mas ele acredita que com mais informações, essas pessoas mudem de opinião.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou os resultados de sua própria revisão sobre a segurança da AstraZeneca na sexta-feira (19) e vários países europeus, incluindo Alemanha, Espanha, França e Itália, retomaram o uso da vacina.
No momento, houve mais de 4,2 milhões de casos confirmados de coronavírus no Reino Unido e quase 126.000 pessoas infelizmente faleceram.
Porém, se incluir todas as mortes em que o coronavírus foi mencionado na certidão de óbito, mesmo que a pessoa não tenha feito o teste do vírus, este número é de mais de 145.000 mortes.
O número médio de novos casos diários caiu substancialmente nas últimas semanas, mostrando assim o quanto é importante haver um lockdown mais rigoroso.
Inclusive, a situação está melhorando nos hospitais: os dados governamentais mais recentes mostram mais de 7.200 pessoas com coronavírus em hospitais no Reino Unido.
Os números em meados de janeiro atingiram quase o dobro do ponto mais alto do pico na primavera passada, mas têm caído desde então.
Mais de 25 milhões de pessoas no Reino Unido já receberam sua primeira dose da vacina (Pfizer ou Oxford), ou seja, cerca de um terço da população. Além disso, mais de 1,7 milhões de pessoas tiveram a segunda dose aplicada.
Espera-se que todos os adultos no Reino Unido recebam a primeira dose até o final de julho. Atualmente, as pessoas com 50 anos ou mais estão recebendo sua primeira dose.
Uma preocupação natural é sobre os efeitos colaterais que a vacina pode causar.
Para vocês entenderem melhor, as vacinas “enganam” o corpo fazendo-o pensar que está lutando contra o coronavírus e exploram nossa resposta imunológica natural a uma infecção.
Primeiro, há uma reação no braço onde você foi injetado – podendo haver um inchaço e dor. Isso pode progredir para afetar o resto do corpo e causar sintomas semelhantes aos da gripe, incluindo febre, calafrios e náuseas.
Isso é causado pela resposta inflamatória, explica Eleanor Riley, professora de imunologia e doenças infecciosas da Universidade de Edimburgo.
Segundo estudos, possivelmente a segunda dose da AstraZeneca será inócua e muito leve em comparação com a primeira, disse Prof Andrew Pollard, que liderou os ensaios da vacina Oxford-AstraZeneca.
No entanto, ele alertou que alguns dados sugerem que a segunda dose da Pfizer pode levar a um pouco mais de efeitos colaterais do que a primeira dose.
Além disso, quanto mais velho você é, menos efeitos colaterais – quem tem mais de 70 anos quase não tem efeitos colaterais.
Mas mesmo duas pessoas da mesma idade podem ter reações totalmente diferentes a uma vacina, devido a enorme diversidade genética em nosso sistema imunológico.
Essa diversidade significa que o sistema imunológico de algumas pessoas fica um pouco mais propenso a reagir agressivamente.
Outro fator que aumenta ligeiramente a chance de efeitos colaterais, é a pessoa já ter pego previamente o coronavírus, levando assim a uma resposta imunológica incrivelmente mais forte após a vacinação.
Caso uma pessoa tenha efeitos colaterais e para ajudar nas pesquisas sobre isso, deve-se preencher esse questionário aqui e informar todos os sintomas sentidos após a vacina.
Uma coisa que está chamando a atenção, é que dependendo se as pessoas moram em um bairro rico ou pobre de Southwark, no sul de Londres, há uma diferença marcante na probabilidade de elas tomarem a vacina – uma das maiores diferenças em qualquer lugar da Inglaterra.
As razões para essas pessoas hesitarem em tomar a vacina podem ser complexas, mas a origem étnica e o local onde as pessoas vivem têm um papel importante.
O professor Kevin Fenton, diretor regional de Saúde Pública da Inglaterra em Londres, disse que a falta de confiança nas vacinas na capital é muito maior nas áreas economicamente desfavorecidas e varia entre os diferentes grupos étnicos.
Segundo ele: “Estamos vendo uma aceitação relativamente baixa nas comunidades negras, um pouco melhor nas comunidades do sul da Ásia e definitivamente melhor nas comunidades brancas da cidade.”
Isso é importante, acrescentou ele, porque “temos uma situação em que as comunidades mais afetadas pela pandemia são as comunidades que hesitam em tomar a vacina”.
As preocupações de algumas pessoas, especialmente entre as comunidades negras do bairro, são aquelas que os líderes da igreja, o Conselho de Southwark e outros órgãos públicos têm trabalhado para resolver, tento explicar e ajudar esses residentes.
Com milhões de crianças de volta às escolas na Inglaterra, os países do Reino Unido estão avançando para os próximos estágios de redução das restrições na vida cotidiana.
A partir de 29 de março, as pessoas na Inglaterra poderão se encontrar fora, com outra família ou dentro da “regra de seis”, inclusive em jardins privados (expliquei sobre isso nesse post aqui).
A regra de permanência em casa vai acabar, mas o governo vai pedir às pessoas a ficarem nas áreas locais o tanto quanto possível
As instalações esportivas ao ar livre serão reabertas, incluindo campos de golfe e quadras de tênis e basquete e os esportes ao ar livre organizados formalmente podem ser reiniciados.
E aos poucos, conforme as semanas forem passando, as regras serão revisadas e alteradas para que possamos voltar a termos uma vida normal meados de Junho.
Realidade um pouco diferente da brasileira… aqui ainda estão vacinando acima dos 75 anos.
Adultos com menos de 50 devem receber a primeira dose bem depois de julho.
Triste realidade.