O Reino Unido vem passando por momentos críticos em relação à pandemia e portanto baniu diversos voos da América Latina e outros voos internacionais, coisa que não havia acontecido em nenhum momento dessa pandemia.
Essa medida drástica ocorreu devido principalmente ao fato de uma terceira mutação do coronavírus sendo essa proveniente do Brasil.
Não é inesperado que novas variantes tenham sido desenvolvidas – todos os vírus sofrem mutação à medida que fazem novas cópias de si mesmos para se espalhar e prosperar. Existem dezenas de diferentes mutações, ou variantes, de COVID circulando no mundo.
Mas atualmente a preocupação dos especialistas se concentram em 3 delas:
– Uma variante do Reino Unido que se tornou dominante em grande parte da Grã-Bretanha e é 70% mais transmissível;
– Uma variante da África do Sul e que os cientistas acham que pode interferir mais na eficácia da vacina;
– E agora uma variante do Brasil e que está em início dos estudos, mas que os cientistas acreditam ser parecida com a da África do Sul.
O que se sabe até agora é que essas 3 mutações são muito mais contagiosas ou fáceis de pegar pois sofreram alterações em sua proteína de pico – esta é a parte do vírus que se liga às células humanas.
Uma das preocupações é que as vacinas atuais foram projetadas em torno das mutações anteriores, porém os cientistas estão confiantes de que ainda devem funcionar contra as novas, embora possa ter menos eficácia.
Estudos de laboratório estão em andamento para verificar isso, mas na pior das hipóteses, as vacinas poderiam ser “ajustadas” para uma melhor combinação, tal como acontece com as vacinas contra a gripe, em que uma nova injeção é dada a cada ano para compensar quaisquer alterações nos vírus circulantes.
Os números mais recentes mostram que mais de 3.8 milhões de pessoas no Reino Unido já receberam a primeira dose da vacina, sendo que dessas, mais de 400 mil já receberam a segunda dose. Esse link aqui mostra os números exatos.
A meta é vacinar as 15 milhões de pessoas que estão nos quatro grupos prioritários – residentes e trabalhadores em lares de idosos, funcionários da linha de frente do NHS, pessoas com mais de 70 anos e pessoas clinicamente extremamente vulneráveis, até meados de fevereiro.
As vacinas Oxford-AstraZeneca ou Pfizer-BioNTech estão sendo administradas em hospitais, lares de idosos, clínicas de GP (médicos locais) e centros de vacinação e essa semana 10 novos centros de vacinação em massa serão abertos em toda a Inglaterra.
Porém, o Conselheiro Científico do Governo, Sir Patrick Vallance disse: “Não devemos enlouquecer! Só porque você foi vacinado não significa que você não pode pegar o vírus e transmiti-lo, apenas significa que você está protegido contra sintomas graves”.
Até o momento, houve mais de 3.3 milhões casos confirmados de coronavírus no Reino Unido e mais de 89.200 infelizmente vieram a falecer.
O número de casos diários atingiu níveis recordes, ultrapassando os números do primeiro pico. Mais 50 mil casos são confirmados por dia e a média diária de mortes é de mais de 1000 pessoas. Esses números são realmente preocupantes e muito tristes!
A proibição da entrada de viajantes vindo (ou que tenham passado) pela América do Sul (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela) entrou em vigor no dia 15 de Janeiro.
Portugal, incluindo as ilhas da Madeira e dos Açores, também está proibido de entrar no país, juntamente com a nação centro-americana do Panamá e a ex-colônia portuguesa de Cabo Verde, na costa oeste da África.
Apenas cidadãos britânicos, irlandeses e estrangeiros com direito de residência ainda poderão viajar, mas devem se isolar por 10 dias.
Outra mudança é que a partir do dia 18 às 4 da manhã (GMT), todas as pessoas (residentes e visitantes) que entram no Reino Unido são obrigadas a apresentar um teste negativo do coronavírus antes de embarcarem (pode ser feito até três dias antes do início da viagem).
Aqueles que não obedecerem as regras receberão uma multa de £500 através de oficiais que estarão fiscalizando os aeroportos.
Além disso, países que antes eram isentos de fazer quarentena (travel corridors) foram suspensos e todos que chegarem ao país são obrigados à se isolar por 10 dias.
O período de 10 dias é contado a partir do dia seguinte à sua saída de um país, território ou ilha não isento.
Por exemplo: você está em um país que não está na lista de corredores de viagem – um país “não isento”. Você sai do país não isento e passa 2 dias em um país que está na lista de corredores de viagem. Após 2 dias você viaja para a Inglaterra. Você só precisará se isolar por 8 dias quando chegar na Inglaterra.
Porém, poucos países estão na lista de isenção onde as pessoas não precisam se isolar na chegada ao Reino Unido. Veja a lista completa aqui (em inglês).
Mesmo assim, essas pessoas devem preencher este formulário aqui em até 48 horas antes de sua chegada ao Reino Unido e existe uma multa de £100 caso o formulário não seja preenchido.
Pessoas que chegam à Inglaterra de alguns países podem reduzir seu período de quarentena pagando por um teste privado.
O teste deve ser reservado antes de sua viagem e só pode ser feito após cinco dias inteiros de isolamento.
Caso o teste dê negativo, a pessoa pode sair do isolamento e caso dê positivo, deve ficar em quarentena por mais 10 dias a partir da data do teste.
Os testes custam entre £65 e £120 e os resultados saem dentro de 24 a 48 horas. Veja aqui a lista de locais aprovados pelo governo e que fazem o teste.
O não isolamento pode significar uma multa de £1000 na Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte ou £480 na Escócia. Caso forneça detalhes de contato falso, as pessoas podem ser multadas em até £3200 na Inglaterra.
O Primeiro Ministro Boris Johnson disse que as novas regras estarão em vigor até pelo menos o dia 15 de fevereiro.
Na realidade o que está acontecendo agora é uma “corrida entre o vírus e a vacina”. Todas essas medidas de restrições de viagens, além do próprio lockdown nacional que está em vigor atualmente, é para tentar vacinar o maior número de pessoas que tem risco de morte ou de grandes sequelas caso sejam infectadas.
Como já foi provado que a vacina diminui consideravelmente os sintomas e os riscos do COVID, quanto mais pessoas forem vacinadas, menos leitos são ocupados pelos hospitais e então poderá haver um relaxamento das restrições.
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