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Inglaterra anunciou novo lockdown nacional

Seguindo as mesmas medidas da Alemanha, Bélgica, França e Grécia, no dia 31 de Outubro, o governo da Inglaterra anunciou um novo lockdown nacional.

Depois de uma tentativa de fazer apenas restrições locais, o governo, juntamente com cientistas envolvidos nas decisões sobre a pandemia do coronavírus, decidiram que tais medidas não estavam surtindo o efeito esperado.

As contaminações e o número de mortos vem aumentando a cada dia e segundo estudos, a segunda onda poderá ser muito mais intensa e catastrófica do que a primeira, podendo chegar à 4 mil mortos por dia se nada for feito imediatamente.

Documentos oficiais do Grupo de Aconselhamento Científico para Emergências (Sage) revelaram que o COVID está se espalhando muito mais rápido na Inglaterra do que previa o pior cenário esperado.

No momento, já foram mais de 1.034.914 casos testados positivos, sendo que mais de 46.700 infelizmente vieram à falecer. Porém, o número pode ser muito maior, pois mais de 58.900 certidões de óbito fazem alguma referência ao COVID-19.

Como expliquei anteriormente, essas menções sobre o coronavírus, significam que a pessoa tinha algum problema de saúde e que por causa do vírus, ficaram mais debilitadas, vindo ao óbito.

A decisão de fazer esse novo lockdown não foi fácil, afinal a Inglaterra, segundo estudos do Banco Credit Suisse, é um dos países mais afetados economicamente, porém, esse lockdown vem numa tentativa de que se “salve o Natal” e que as pessoas possam se reunir com suas famílias em dezembro.

Além disso, se os números de infectados continuarem crescendo, um dos documentos avisa que o NHS (SUS daqui) não terá capacidade de aceitar mais pacientes (com ou sem covid), mesmo que os hospitais de Nightingale sejam utilizados e procedimentos não urgentes sejam cancelados, pois o inverno, é onde as doenças respiratórias fazem com que os hospitais fiquem com sua capacidade bastante lotada, mesmo sem a pandemia.

As novas restrições serão entre o dia 05 de Novembro até o dia 02 de Dezembro, podendo se estender pois mais tempo, conforme o nível e taxa de infecção (R rate) do coronavírus estiverem até lá.

Portanto, as seguintes restrições serão feitas:

1. Quando posso sair de casa?

As pessoas devem ficar em casa, podendo sair apenas em alguns casos (tentando fazer isso o mínimo possível), tais como:
– compras de necessidades básicas;
– para fins de trabalho, caso este esteja na lista de locais que permanecerão abertos (incluindo se o seu trabalho envolve trabalhar na casa de outras pessoas);
– para quaisquer questões médicas ou emergências, tais como para evitar ou escapar do risco de lesão ou dano (violência doméstica);
– para levar e trazer as crianças para a escola;
– para fazer exercício ao ar livre, desde que seja com as pessoas da mesma casa, com alguém da sua “bolha de apoio” ou com apenas 1 pessoa de outra casa;
– para visitar e fornecer apoio para membros de sua “bolha de apoio” ou pessoas vulneráveis.

Lembrando que você deve minimizar o tempo fora de sua casa e quando estiver perto de outras pessoas, ficar a dois metros de distância, lavar as mãos regularmente e por 20 segundos (ou usar o álcool gel) e usar a máscara facial sempre que estiver em locais fechados.

2. Quais locais fecharão e quais ficarão abertos?

Apenas serviços essenciais ficarão abertos, tais como escolas, universidades, supermercados (e lojas que vendam algum tipo de alimento), farmácias, centros de jardinagem e alguns outros varejistas que forneçam produtos e serviços essenciais, além de Tribunais, Escritórios de Registros Civis, agências de recrutamento, construção e indústrias.

Porém, os seguintes locais deverão fechar:
– Restaurantes, bares e pubs, mas estes poderão fornecer serviços de entrega e take away (entrega de bebida alcoólica não será permitido);
– lojas de roupas e eletrônicos, showrooms de veículos, agências de viagens, casas de apostas e leilão, alfaiates, lavanderias, lojas de tabaco e todo o varejo não essencial;
– academias e centros de lazer, pistas de boliche, instalações esportivas, incluindo piscinas, campos de golfe, etc, estúdios de dança, estábulos e centros de equitação, centros de escalada, arco e flecha e campos de tiro, parques aquáticos e temáticos, etc;
– teatros, cinemas, museus, galerias, salas de concerto, casinos, centros de jogos para adultos e fliperamas, salas de bingo, zoológicos e outras atrações com animais, jardins botânicos e demais locais de entretenimento;
– salões de cabeleireiro, beleza e unhas, estúdios de tatuagem, spas, salas de massagem, acupuntura não médica, salões de bronzeamento e demais locais de cuidados pessoais.

Lembrando que o varejo não essencial pode permanecer aberto para serviços de entrega e/ou coleta.

Os pais ainda poderão ter acesso a algum serviço de cuidados infantis, onde for razoavelmente necessário, para permitir que esses pais trabalhem ou para cuidados temporários.

Além disso, se a criança tiver menos de 13 anos, a família pode formar uma “bolha” com outra família para fins de cuidados informais, permitindo assim que famílias de pais solteiros ingressem em outra família.

Alguns locais como creches e grupos de apoio poderão permanecer abertos com até 15 participantes, desde que sejam formalmente organizados para fornecer ajuda mútua, terapia ou qualquer outra forma de suporte, tais como apoio a vítimas de crimes, pessoas em recuperação de drogas e álcool, pessoas enfermas ou que estão de luto, pessoas que enfrentam problemas relacionados à sua sexualidade ou gênero, etc.

Hotéis, albergues e outras acomodações deverão abrir apenas para aqueles que tenham que se deslocar para fins de trabalho e para um número limitado de outras isenções que estão estabelecidas por lei.

Além disso, todos os casamentos deverão ser cancelados e em funerais, poderá haver no máximo 30 pessoas (sem contar as pessoas que trabalham no local).

Todos esses locais poderão ficar abertos, desde que sigam todas as diretrizes de segurança para proteger clientes, visitantes e funcionários.

3. E as pessoas do grupo de risco?

As pessoas do grupo de risco e do grupo de extremo risco (veja a lista completa aqui), deverão tomar cuidados extras e de preferência ficar isolados para prevenir que sejam contagiados, pois são muito mais vulneráveis.

Porém o governo não irá obrigá-los (como em Março – Junho) de ficarem totalmente isolados (shielding), podendo sair ao ar livre, para aliviar o estresse.

4. Posso viajar?

Se possível cancelar todas as viagens não essenciais e tentar evitar o transporte público, o usando apenas para compras essenciais, ir ao trabalho, levar as crianças à escola e para consultas médicas. 

Pernoites fora das residências principais não serão permitidos – incluindo férias no Reino Unido e no exterior, ficar em uma segunda casa (caso tenha uma), ou ficar com alguém com quem você não more ou com quem esteja em uma bolha de apoio.
Como haverá essa verificação, é uma incógnita!

Se você precisar viajar para o exterior antes de 2 de dezembro (e está legalmente autorizado a fazê-lo, por exemplo, porque é a trabalho), você deve olhar as regras impostas sobre o seu destino.

Nesse site você pode ver quais os países e quais as regras de viagem entre eles e o Reino Unido (em inglês): https://www.gov.uk/guidance/coronavirus-covid-19-travel-corridors

Já nesse site, você digita qual o país de destino e pode verificar as regras impostas naquele local (em inglês): https://www.gov.uk/foreign-travel-advice

5. Suportes financeiros

O Primeiro Ministro Boris Johnson também anunciou que o esquema do governo, o Coronavirus Job Retention Scheme (CJRS ou furlough), será extendido até dezembro.

Sendo assim, funcionários de empresas que estarão fechadas receberão 80% de seu salário atual por horas não trabalhadas, até o máximo de £2.500.

Já o esquema chamado de Job Support Scheme (JSS – comentei sobre ele aqui), que iria substituir o furlough, será adiado, até que o furlough tenha realmente terminado.

Para maiores informações sobre os pacotes financeiros, entre nesse site aqui (em inglês): https://www.gov.uk/government/news/furlough-scheme-extended-and-further-economic-support-announced

Infelizmente é difícil julgar e dizer o que está certo o que está errado e quais as medidas deveriam ter sido tomadas.

Muitos estão julgando o governo, por não ter feito um lockdown 5 semanas atrás, quando diversos cientistas alertaram sobre o rápido crescimento das infecções.

Porém, acredito eu, que numa tentativa de salvar a economia, o governo tentou usar as regrais locais, o que, assim como na França e Alemanha, acabou não dando certo, vindo a ser necessário esse lockdown nacional.

Segundo o anúncio, devemos estar preparados para passarmos o inverno com muitas restrições, mas ainda é muito cedo para dizer quais serão e inclusive, como será o Natal em 2020.

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